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quinta-feira, 2 de julho de 2015

Rejeição de Dilma bate recorde que pertencia a José Sarney em 1989

02  de  Julho  de  2015   postado  por  jrnewsbahia: 
A nova pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Ibope confirma a trajetória de queda livre em todos os índices positivos do governo Dilma Rousseff, detectada logo após a presidente assumir seu segundo mandato. Para piorar, a petista quebrou o recorde de rejeição na série histórica do levantamento CNI/Ibope, iniciada em março de 1986. Com percentual de reprovação de 68%, a administração de Dilma ultrapassou em quatro pontos a de José Sarney, considerada ruim ou péssima por 64% dos brasileiros em junho de 1989. A comparação com as cinco últimas pesquisas CNI/Ibope mostra um crescimento de 41 pontos nos índices negativos. Em março de 2014, 27% achavam o governo ruim ou péssimo. Esse percentual sofreu oscilações nas três sondagens seguintes – em junho, setembro e dezembro -, mas sem alterar o cenário de maneira significativa. No entanto, em março deste ano, a rejeição saltou para 64%, puxada pelos efeitos da Operação Lava Jato e pelo agravamento das crises política e econômica enfrentadas pelo Planalto. Na outra ponta, a dos que acham o governo ótimo ou bom, a avaliação positiva da presidente desceu à casa de um dígito pela primeira vez desde janeiro de 2011. Agora, só 9% aprovam a atual gestão, ligeiramente superior a Sarney, com 7%. No começo de 2014, 36% dos entrevistados atribuíram conceito alto para a gestão da petista. Em dezembro, esse índice subiu para 40%. Três meses depois despencou para 12%. Se comparado com o melhor momento do governo da petista, que alcançou 63% de aprovação em junho de 2013, a queda foi de 54 pontos. Recortes - A descida de ladeira se confirmou também em outros quatro recortes. Sobre a maneira de Dilma governar, a desaprovação foi de 83%, contra 78% de março. A avaliação positiva desceu de 19% para 15%. Em dezembro de 2012, essa curva era praticamente inversa, 79% a 17%. Já o percentual de desconfiança aumentou de 74% para 78%, enquanto os que confiam na petista são agora 20%, ante 24% da pesquisa anterior. O Ibope detectou a mesma tendência de impopularidade de Dilma no levantamento individualizado sobre nove áreas de atuação do governo. A desaprovação do governo subiu um ponto em relação à taxa de juros e atingiu 90%, mesmo percentual atribuído à política de impostos nas duas pesquisas. O desempenho nas áreas de saúde e de combate à inflação foi reprovado por 86% dos entrevistados. Na sequência, vêm segurança pública (84%), combate ao desemprego (83%) e educação (74%). A maré contrária respingou até sobre um dos pilares das administrações petistas. Segundo o Ibope, 68% dos brasileiros reprovam a atuação do governo no combate à fome, quatro pontos a mais em comparação com março. Agora, só 29% dos entrevistados avaliam positivamente a gestão do PT na área, ante 33% da pesquisa anterior. A única reversão da curva negativa foi em relação ao meio ambiente, cuja aprovação subiu de 25% para 27%.
Redutos - Em meio ao desabamento da popularidade da presidente Dilma Rousseff, o Ibope detectou um dado que torna o cenário ainda mais difícil para a petista. De acordo com a pesquisa, a região Nordeste, justamente o maior reduto eleitoral do PT, apresentou a maior queda no percentual dos que consideram o governo ótimo ou bom. No total, foram cinco pontos percentuais a menos. Agora, somente 13% dos nordestinos aprovam a gestão atual. Contudo, a região ainda responde pelos maiores índices positivos atribuídos à petista. Em contrapartida, a rejeição ao governo continua alta entre os eleitores do Sudeste. Somente 8% avaliam a administração como ótima ou boa. Em relação à escolaridade , a maior queda ocorreu entre os entrevistados que estudaram até a quarta série do ensino fundamental. Nesse grupo, o percentual dos que avaliam o governo de forma positiva caiu de 18% para 13%. Ainda assim, é o grupo onde a presidente se saiu melhor na pesquisa relacionada ao grau de instrução. Segundo o Ibope, a aprovação da presidente cresce de acordo com a idade do entrevistado. O percentual que considera o governo ótimo ou bom cresce de 6% entre as pessoas de 16 a 24 anos para 14% na faixa dos 55 anos ou mais. Entre seus eleitores, o grau de confiança em Dilma caiu de 42% para 34%.
Análise - Para o gerente de Pesquisa da CNI, Renato Fonseca, a avaliação negativa do governo Dilma Rousseff pode aumentar ainda mais em futuros levantamentos. Segundo ele, a atual rejeição do governo está atrelada ao desempenho da economia e ao quadro político adverso. Questionado se a presidente havia chegado ao “fundo do poço”, Fonseca disse que “é possível cair mais, é possível também ficar estável”. Uma eventual piora nos atuais índices é baseada em dois fatores. A pesquisa foi a campo antes da divulgação de trechos da delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, que citou dois ministros palacianos e implicou campanhas do PT. Também não captará os efeitos com a divulgação, em breve, de indicadores sobre os seis primeiros meses do ano, que devem confirmar o agravamento da crise econômica. Segundo Fonseca, o quadro não é muito favorável para o governo. Para ele, chama a atenção o fato de que a população mais jovem - que não conviveu com a hiperinflação da década de 80 - está sentindo pela primeira vez os efeitos do aumento do desemprego e da subida de preços. Para Fonseca, se o governo quiser recuperar popularidade e retomar a confiança da população, terá que combater rapidamente a inflação. Ele lembra ainda que o pacote de ajuste fiscal está acirrando a crise e, dessa forma, a percepção negativa da população só aumenta. O gerente de Pesquisa da CNI disse que “talvez” no final do governo Sarney tenha ocorrido uma conjugação de quadros adversos na política e na economia semelhante ao que atravessa, atualmente, a presidente Dilma. O levantamento foi realizado entre os dias 18 e 21 do mês passado. Foram ouvidas 2.002 pessoas em 141 municípios. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais e o grau de confiança é de 95%. (Correio)

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