O réu, Evandro Bezerra Silva, chega ao Fórum de Guarulhos (SP) para o terceiro dia de julgamento
Nas
duas horas de direito da defesa nos debates do julgamento do
vigia Evandro Bezerra Silva, os advogados Aryldo de Paula e Ricardo
Ponzeto criticaram as falhas nas investigações comandadas pelo delegado
Antônio de Olim, na época integrante do Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP). Para convencer os réus de que o vigia é
inocente na acusação de ser cúmplice de Mizael Bispo na morte da
advogada Mércia Nakashima, a defesa do réu aposta agora na dúvida gerada
pelas imprecisões de provas.
"Se ele (Olim) trabalhou no departamento anti-sequestro, deveria ter quebrado sigilo telefônico dos suspeitos", afirmou Aryldo, em relação à suspeita de que Mércia havia sido sequestrada no dia 23 de maio de 2010. "Deveria ter feito luminol no possível cativeiro. Ele fez exame de corpo de delito no Mizael para saber se ele tinha brigado com uma mulher. Por que não fizeram esse mesmo exame nesses suspeitos do sequestro?", questionou o advogado de defesa. "Mas nada disso é relevante", completou.
"Se ele (Olim) trabalhou no departamento anti-sequestro, deveria ter quebrado sigilo telefônico dos suspeitos", afirmou Aryldo, em relação à suspeita de que Mércia havia sido sequestrada no dia 23 de maio de 2010. "Deveria ter feito luminol no possível cativeiro. Ele fez exame de corpo de delito no Mizael para saber se ele tinha brigado com uma mulher. Por que não fizeram esse mesmo exame nesses suspeitos do sequestro?", questionou o advogado de defesa. "Mas nada disso é relevante", completou.
O júri
popular do vigia começou na segunda-feira, no Fórum de Guarulhos, na
Grande São Paulo. Ele é acusado de ter colaborado com a fuga de Mizael
Bispo, condenado em 14 de março a 20 anos de prisão pela morte da
ex-namorada Mércia. A acusação sustenta
que Evandro não teve participação direta na morte, mas que sabia que
Mizael tinha a intenção de cometer o crime. Porém, a defesa do vigia
alega que ele confessou ter participado do crime sob tortura. Mércia foi
vítima de disparos de arma de fogo e lançada, no interior de seu
veículo, dentro de uma represa no município de Nazaré Paulista, na
Grande São Paulo. Aryldo falou também da possibilidade de ter havido uma possível tortura em um depoimento de Evandro diante da polícia de
Aracaju, em Sergipe, novamente questionando as investigações comandadas
por Olim. "Se não houve tortura, por que não investigou? Se eu sou
imparcial, é obrigação minha pelo menos investigar o Olim, mas ele diz
que todos os acusados falam que foram torturados", disse.
Ponzetto
também criticou o delegado e questionou: "por que se desprezou tantas
provas que seriam utilizadas no processo?", disse, antes de insistir na
possível dúvida dos jurados sobre a culpa de Evandro. "O processo não dá
certeza de que a morte tenha sido dia 23 de maio. A pergunta será
quanto à data e não quanto à morte. É nesse contexto da dúvida que segue
ojúri." (Terra)
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