A partir
de 2015, a cerveja terá novos ingredientes autorizados para o preparo. O
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está elaborando uma
instrução normativa que permitirá receitas com adição de
matérias-primas como mel, chocolate e especiarias. Além disso, o texto
autorizará a produção com cereais diferentes do lúpulo e da cevada. A
primeira versão da instrução normativa será apresentada a representantes
do setor nos próximos dias 20 e 21 de agosto. Depois, o texto passará
por mais discussões, tanto no mercado interno quanto no Mercosul. A
expectativa do governo é que as alterações passem a vigorar em
2015. Atualmente, para ser considerada cerveja, a bebida precisa ter, no
mínimo, 55% de cevada maltada e adição de lúpulo na fórmula. Além
disso, é proibido adição de produtos de origem animal. As regras estão
na Instrução Normativa 54, de 2001. A flexibilização é uma demanda do
setor produtivo. Em fevereiro, o governo promoveu audiência pública e
reuniu propostas dos representantes de cervejarias, usadas na construção
do texto da nova instrução normativa.
Competitividade
De
acordo com a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja
(Cervbrasil), a intenção é criar mais variedades. “A decisão do
consumidor está cada vez mais relacionadas a atributos que vão além do
preço, como produtos sensoriais de diferenciação. Por isso, uma das
solicitações é a ampliação das opções de ingredientes, como especiarias,
frutas e mel”, destaca a entidade. A Cervbrasil disse ainda que deseja
que sejam mantidos os pressupostos de qualidade e segurança já
existentes. O chefe da Divisão de Bebidas do Ministério da Agricultura,
Marlos Vicenzi, lembra que o Brasil importa diversos tipos de cerveja
que a legislação não permite fabricar. Assim, a flexibilização dos
ingredientes traria competitividade à indústria nacional. Ele destaca
que a permissão de mais itens na fórmula beneficiaria as cervejarias
artesanais. “Nos últimos anos, houve crescimento expressivo de pequenas
empresas que necessitam muito de liberdade para ter um diferencial no
mercado”, pondera. As alterações na regulamentação precisam ser
discutidas com o Mercosul porque as normas da indústria da cervejaria
funcionam de forma harmonizada no bloco. Segundo Marlos Vicenzi, as
propostas de mudança serão debatidas na Comissão de Alimentos do grupo.
“A gente já fez a solicitação de revisão. A Argentina já mostrou que
concorda. Venezuela e Uruguai estão analisando”, informa. (Tribuna da Bahia)
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