O Banco Central do Brasil decretou, nesta
sexta-feira (2), a liquidação extrajudicial do Banco Rural S.A., com
sede em Belo Horizonte, "em decorrência do comprometimento da sua
situação econômico-financeira e da falta de um plano viável para a
recuperação da situação do banco". O banco
esteve envolvido no caso do mensalão. No julgamento do caso, que levou
quatro meses e meio e terminou em dezembro passado, o STF (Supremo
Tribunal Federal) chegou à conclusão de que, no início do primeiro
mandato do ex-presidente Lula, houve um esquema de desvio de dinheiro
público e empréstimos fictícios para a compra de votos de parlamentares
em apoio ao governo federal. A
condenação dos principais executivos do Banco Rural no mensalão e as
sucessivas derrotas judiciais em falências de empresas como Petroforte e
Vasp causaram grandes perdas ao banco. De
acordo com nota divulgada pelo BC, "o ato abrange, por extensão, as
demais empresas do Conglomerado Financeiro Rural: o Banco Rural de
Investimentos S.A.; o Banco Rural Mais S.A.; o Banco Simples S.A.; e a
Rural Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A". De porte
pequeno, o Banco Rural detinha, em março, 0,07% dos ativos e 0,13% dos
depósitos do sistema financeiro.
O
Banco Central afirma que irá tomar todas as medidas cabíveis para
apurar as responsabilidades legais para garantir os direitos dos
correntistas. Os bens dos controladores e dos ex-administradores da
instituição vão ficar indisponíveis, segundo a autoridade monetária. Três
ex-dirigentes do Banco Rural --Kátia Rabello, José Roberto Salgado e
Vinícius Samarane-- foram condenados por participar do chamado núcleo
financeiro do mensalão. As penas somadas passam de 42 anos, além de
multa de R$ 3,1 milhões, com correção monetária. Outra executiva do
banco, Ayanna Tenório foi absolvida pelo STF. (Uol)
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