A universidade brasileira melhor
colocada no ranking anual elaborado pela Times Higher Education (THE)
caiu dezenas de posições e deixa o top 200 após dois anos consecutivos. A
queda da Universidade de São Paulo (USP) no World University Rankings
se deve principalmente a um declínio na reputação, conforme aponta uma
pesquisa divulgada nesta quarta-feira que ouviu milhares de acadêmicos
de todo o mundo. A única outra representante do País na lista das 400
melhores é a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que também
caiu várias posições. O mau desempenho do
Brasil foi destacado pela THE: "más notícias para o Brasil, que perde
sua única representante na prestigiosa lista do top 200", afirmou a
instituição. A USP, 158º colocada no ano passado, ficou na faixa entre
as posições 226 e 250. Já a Unicamp, em 251-275 em 2012, caiu para o
grupo das 301-350 melhores. O editor do ranking,
Phil Baty, atribui a baixa na reputação da USP na pesquisa que avalia a
reputação - um dos 13 pontos analisados na lista - como fator
determinante para a queda. "Esse
foi um ano ruim para o Brasil nos rankings. Um país com seu tamanho e
poderio econômico precisa de universidades com nível mundial para
encorajar o crescimento baseado em inovação, então será um sério golpe
que não apenas o Brasil perdeu sua representante no top 200
(a Universidade de São Paulo), mas também que a Unicamp tenha se
afastado ainda mais do bloco de elite", afirmou o editor do ranking.Paradoxalmente,
porém, o próprio instituto britânico responsável pela lista apontou em
março a USP como a universidade brasileira com melhor reputação no mundo
e única representante da América do Sul na lista das instituições de
ensino superior mais prestigiadas por acadêmicos. A Unicamp também teve
sua reputação celebrada à época, quando a universidade estava entre as
150 mais prestigiadas do mundo, de acordo com a THE. A
performance da USP, conforme análise do instituto, caiu em diversos
aspectos: em particular na proporção entre alunos de doutorado e
graduação, um dos fatores que determinam quão intensivo é o ambiente de
aprendizado. Também houve queda no número de títulos de doutorado
recebidos pelos docentes - que, segundo os responsáveis pelo ranking,
determina o quanto uma instituição é comprometida com o desenvolvimento
da próxima geração de acadêmicos. Apesar disso, Elizabeth Gibney, uma
das responsáveis por elaborar o ranking, acredita que "não há razão para
as universidades (na América do Sul) não melhorarem". "Apesar
das más notícias, o país continua tendo bolsões de excelência em
pesquisa (a USP está no top 100 mundial de ciências da vida) e é
encorajador que haja movimentos para reforçar a sua garantia de
qualidade. A internacionalização proporcionada pelo programaCiência sem Fronteiras também é bastante animadora, mas os resultados dos rankings darão mais relevância à necessidade de aumentar o uso do inglês nas universidades brasileiras", acredita Phil Baty.
Ranking mundial
Pelo
terceiro ano consecutivo, o Instituto de Tecnologia da Califórnia
(Caltech) lidera a lista de melhores universidades do mundo elaborada
pela Times Higher Education. Habitual primeira colocada em rankings
semelhantes, a Universidade Harvard ficou em segundo lugar, empatada com
a Universidade de Oxford - uma das únicas três instituições britânicas
presentes no top 10, dominado pelos Estados Unidos. O Instituto de
Tecnologia de Massachusetts (MIT) e as universidades de Stanford,
Princeton, Cambridge, Chicago e da Califórnia em Berkeley, além
do Imperial College London, completam a lista. Para
elaborar o World University Rankings, são levados em consideração 13
indicadores que levam em conta as principais missões de uma universidade
- como ensino, pesquisa, transferência de conhecimento e visibilidade
internacional. A lista, divulgada anualmente pela Times Higher
Education, está em sua décima edição. (Terra)
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