Mulheres que têm
dificuldade de engravidar, mas não obtém sucesso, recorrem logo a um
ginecologista, na tentativa de encontrar respostas e soluções para o
problema. Segundo especialistas, é fundamental afirmar que o casal faça o
acompanhamento médico para um diagnóstico mais assertivo. De acordo
com a ginecologista e especialista em reprodução humana da Criogênesis,
Paula Bortolai, algumas alternativas podem ser adotadas para conseguir
engravidar como o coito programado, e técnicas de reprodução assistida,
dentre elas, inseminação intrauterina (IU) ou fertilização in vitro
(FIV). Veja abaixo a resposta da profissional sobre dúvidas frequentes
sobre reprodução assistida:
Quando o casal deve procurar tratamento para ter filhos?
Depois
de um ano de vida sexual sem contracepção e sem obter gestação ou após
dois abortos consecutivos. Quando a mulher tiver mais de 35 anos ou
houver qualquer outra suspeita de dificuldade para engravidar em
qualquer idade, o tratamento pode ser iniciado antes de um ano de
tentativa de engravidar.Que tipo de procedimento adotar?
Uma
avaliação saber as causas do problema deve ser feita antes de adotar um
procedimento. A ultrassonografia, que permite avaliar o aspecto uterino
e ovariano; e o espermograma, que mostra informações sobre quantidade,
motilidade e morfologia dos espermatozóides, são alguns dos exames para
chegar aos resultados. Quanto aos exames hormonais é necessário avaliar
todos os hormônios que podem influenciar na ovulação ou no transcorrer
de uma gravidez.
A fertilidade diminui com a idade?
A
especialista afirma que sim. Aos 15 anos a mulher tem 1% de chance de
ser infértil, enquanto que, aos 35 anos, este índice é de 30%. Mesmo que
depois dos 35 anos, a mulher não seja infértil, a especialista terá
mais dificuldades para engravidar. Assim, ela necessita de maior número
de tentativas, tanto para gravidez espontânea ou por meio de
tratamentos.
Há fatores que aumentam os riscos de infertilidade feminina?
Sim.
Fatores como gestação tardia, obesidade ou baixo peso, exposição a
doenças sexualmente transmissíveis e tabagismo são exemplos claros de
situações que aumentam o risco de infertilidade e que devem ser
evitados. Outra situação verificada pela prática clínica é quando a
mulher é submetida à quimioterapia ou radioterapia no tratamento do
câncer. Neste caso, a depender do tratamento utilizado, há perda dos
óvulos e alto risco de infertilidade.
Como funciona a fertilização in vitro (FIV)?
A
FIV, popularmente conhecida como “bebê de proveta”, é um método de alta
complexidade e consiste na fecundação do óvulo e espermatozóide em
laboratório especializado e transferência do embrião já em estágio de
divisão para o útero. Pode ser realizada com os gametas do próprio casal
ou com o uso de sêmen de doador ou ovodoação, dependendo do fator de
infertilidade do casal. É indicada, principalmente, quando há fatores
masculinos de infertilidade de moderados a graves, quando a mulher é
diagnosticada com problemas tubários, em casos de endometriose ou
insucessos em tratamentos de baixa complexidade realizados previamente.
E a inseminação intrauterina (IIU)?
Procedimento
relativamente simples e rápido e incluído nos tratamentos de baixa
complexidade, é indicado para casais em que o homem apresenta alteração
seminal leve, pacientes jovens, homens com dificuldade de ejaculação ou
alterações anatômicas, ou teste pós coito negativo (que mostra que os
espermatozóides morrem na vagina, antes de ultrapassarem o colo do
útero) por falta de interação muco cervical e sêmen. Existem ainda os
casais que possuem sorologias discordantes para doenças infecciosas como
HIV, hepatite, por exemplo, e que pelo risco de transmissão não podem
ter relações sexuais desprotegidas.
Gestações múltiplas são comuns para quem tenta técnicas de reprodução assistisda?
Sim.
Os tratamentos de reprodução humana aumentam a chance de gestações
múltiplas (gêmeos, trigêmeos, etc.), por induzirem a produção de um
número maior de óvulos e embriões.
Como funciona a técnica do Coito Programado?
A
indução da ovulação com Coito Programado é uma alternativa simples e de
baixo custo, indicada, principalmente, quando há irregularidades no
ciclo menstrual e falhas de ovulação. Neste caso, a análise seminal do
homem deve ser normal e não pode haver problemas tubários na mulher.
Para a realização deste “namoro programado”, é necessária a realização
de uma estimulação leve previamente, que será controlada por exames de
ultrassonografia, o que informa ao médico o dia correto da ovulação. É
imprescindível que se tenha relação sexual e que seja realizada no
momento considerado mais fértil do ciclo menstrual que será avisado pelo
médico. As taxas de sucesso dessa técnica são de 15% por tentativa
aproximadamente.
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