Personagem coadjuvante da novela "Fina Estampa",
exibida recentemente pela Rede Globo, o mordomo Crodoaldo Valério
(Marcelo Serrado) é a figura central desta comédia constrangedora. O
roteiro, escrito por Aguinaldo Silva, também autor da novela, é um
festival de grosseria e preconceito em que o humor brilha pela
ausência. Crô é aquela velha
caricatura de homossexual, baseada em trejeitos cheios de afetação
afeminada nos gestos e na voz, frívolo a não mais poder. Como se não
bastasse, o resto dos personagens também é composto por caricaturas: são
peruas, nordestinos, bolivianos, homofóbicos e homossexuais enrustidos.
Depois de herdar a fortuna da patroa que idolatrava, Crô tenta ser
cantor, cabeleireiro e estilista de moda. Fracassa e começa a se aborrecer, solitário em sua mansão. Mas
depois de sonhar com a mãe, percebe que a única tarefa que desempenha
bem é a de mordomo. Ele resolve entrevistar potenciais candidatas a
patroa para escolher aquela que merecerá a excelência de seus serviços. A antipática Vanusa (Carolina Ferraz), uma das candidatas, tem uma fábrica de roupas que usa mão de obra
escrava. O assunto é grave, mas aqui é levado na base da zombaria, do
descompromisso, como se fosse apenas mais um motivo para avacalhar. O
final feliz ,abrupto e forçado, é outra bobagem. Obtusa, desrespeitosa e
sem graça, a comédia é uma agressão ao bom senso e à inteligência do
espectador. (Folha)
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
11/29/2013 06:25:00 AM
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Crítica: Preconceituosa e rasa, comédia 'Crô' é falta de respeito com o público
28 de Novembro de 2013 Postado por: jrnewsbahia
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