O Judiciário brasileiro ficou longe de cumprir a
Meta 18, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), relativa ao julgamento
de ações sobre crimes contra a administração pública e de improbidade –
na média geral, concluiu apenas 53,97% dos processos. O alvo era o
julgamento, até esta terça-feira (31), no fim de 2013, de um acervo de
114.336 processos distribuídos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), à
Justiça Federal e aos Tribunais de Justiça dos Estados até 31 de
dezembro de 2011. Os dados oficiais, reunidos pelo CNJ – órgão de
controle e fiscalização do Judiciário –, mostram que foram julgados
61.698 casos. O estoque em aberto é de 52.618 ações. O quadro do CNJ
mostra que apesar de o ano encerrado ter sido marcado pela emblemática
prisão de condenados no julgamento do mensalão, a Justiça teve em 2013
um desempenho mais fraco no julgamento dos crimes contra a administração
pública e de improbidade. O Supremo Tribunal Federal, onde tramitou o
processo do mensalão não está submetido ao controle do CNJ e por isso
seu desempenho não foi avaliado na Meta 18. Em 2012, os tribunais
comunicaram o CNJ julgamento de 35.997 ações. Já em 2013, o ritmo da
toga ficou no patamar dos 25.701 julgamentos em todo o país. As ações
são de natureza distinta e visam sanções que podem ter caráter criminal
(prisão), e civil (suspensão dos direitos políticos e ressarcimento do
erário). Entre os crimes contra a administração estão corrupção,
peculato e desvios. O CNJ identifica pelo menos duas causas da produção
em falta. Uma delas é que tribunais mantêm estruturas precárias de
acompanhamento desse tipo de demanda e envio dos dados ao conselho.
Outra causa são juízes que se veem pressionados pela necessidade de
produzir metas em geral e acabam deixando em segundo plano as ações mais
complexas, como as de improbidade. Com essa redução de ritmo, o país
alcançou marca de julgamento dos processos pouco mais da metade da meta
estabelecida pelo CNJ. O Judiciário do Piauí concluiu 8,33% das
demandas. De 852 processos, foram julgados 71. Proporcionalmente é o
pior desempenho entre as unidades federativas. Os tribunais estaduais
historicamente são os que possuem a maior carga de processos. Além do TJ
do Piauí, outro caso crítico é do Tribunal de Justiça da Bahia, com
10,88% – de um passivo com 4.237 processos, 3.776 ficaram em aberto.
(Estadão)
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
1/01/2014 04:40:00 AM
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Justiça julga só 50% de crimes de improbidade
01 de Janeiro de 2014 Postado por: jrnewsbahia:
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