
Foto: Marco Aurélio Martins/ Divulgação
Depois de se lançar à literatura com “Barroca” (2011), uma prosa poética, a escritora e jornalista baiana Mariana Paiva continua nos braços da poesia com “Lavanda”, mas agora, em versos. Neste sábado (29), às 16h, a escritora participa do lançamento coletivo da editora baiana Kalango, que acontece na Casa de Castro Alves, no bairro do Santo Antônio Além do Carmo. E a mudança não é exatamente algo novo. “O estranho mesmo é ‘Barroca’, o meu primeiro livro, porque eu sempre escrevi em versos. Sabe aquela coisa de guardar o mais precioso para o final? Acho que foi um pouco disso”, explicou Mariana em entrevista ao Bahia Notícias. Como a escritura de poesias é algo presente na vida da poeta desde a adolescência, alguns textos mais antigos estão presentes também na obra. É o caso de “Apoética”, escrito aos 16 anos (p. 74), durante uma aula de Física. A maior parte, no entanto, é recente.
“Lavanda” parte da ideia do amor cíclico. “O livro é dividido em folha, flor e perfume. A descoberta, o encantamento e o fim do amor. E o recomeço”, explicou. De acordo com Mariana, a estruturação da obra corrobora para tal entendimento: o primeiro poema do livro é “De Sempre”, que fala sobre o desejo de se encontrar um “amor que seja um exímio nadador”. Já o último poema do livro é “Rascunho”, o qual diz “Tanta palavra/ e ainda tanto a dizer/ Tanta promessa/ e ainda ter tanto a amar”. “Isso porque essa nossa capacidade de amar nunca cessa. Foi dito tanto, mas ainda há muito para ser amado. O amor vai se renovando, nunca sempre é o mesmo amor. Acredito bastante nisso”, afirmou.

E as crenças de Mariana exalam em “Lavanda”. Elieser Cesar, escritor baiano que assina o prefácio do livro, fala em um tom confessional dos escritos. E, sim, confessional também pode ser encarado como biográfico. “Eu acho que a gente sempre escreve falando da gente. Mesmo que eu estivesse fazendo uma ficção científica, escrevendo sobre monstros e extraterrestres, eu estaria falando de mim. Tem poemas que são confessionais, sem nenhum medo de dizer, mas tem poemas que são escritos em primeira pessoa, e nos quais eu conto a história de outras pessoas”, diferenciou.
Somente depois de escrever todas essas histórias é que o título, “Lavanda”, surgiu. “Eu sempre escolho o título depois de o livro já estar pronto. Um dia me veio essa palavra e na hora percebi que “Lavanda” seria o nome do livro. O óleo de lavanda é cicatrizante. E o escritor não escreve justamente para isso, para cicatrizar a vida que a gente vive?”, questionou.
Dentre as muitas convicções da jovem autora, está a de que não existe uma literatura feminina. Para ela, o rótulo não se justifica nem pelo fato de os escritos serem assinados por uma mulher, nem pelas temáticas e, nem mesmo, pelo conteúdo expressivo da obra. Para Mariana, uma das maiores poetas do Brasil é Adélia Prado. E ela faz questão de enfatizar que esta está no rol dos poetas, e não das poetisas, porque independe do fato de ela ser mulher. “Para mim, chamar de 'literatura feminina' diminui o poder da literatura”, considerou. Na epígrafe de “Lavanda”, Mariana destaca um excerto do livro “A Máquina de Fazer Espanhóis”, do escritor português Valter Hugo Mãe, descrito por ela como “um autor, homem, que escreve com muito sentimento”. “E aí? Eu conheço vários escritores que não têm uma literatura de machão. Isso é literatura feminina ou masculina? E a literatura masculina que sente? A gente está em 2014! Precisamos questionar isso”, exclamou.
Serviço:
Dentre as muitas convicções da jovem autora, está a de que não existe uma literatura feminina. Para ela, o rótulo não se justifica nem pelo fato de os escritos serem assinados por uma mulher, nem pelas temáticas e, nem mesmo, pelo conteúdo expressivo da obra. Para Mariana, uma das maiores poetas do Brasil é Adélia Prado. E ela faz questão de enfatizar que esta está no rol dos poetas, e não das poetisas, porque independe do fato de ela ser mulher. “Para mim, chamar de 'literatura feminina' diminui o poder da literatura”, considerou. Na epígrafe de “Lavanda”, Mariana destaca um excerto do livro “A Máquina de Fazer Espanhóis”, do escritor português Valter Hugo Mãe, descrito por ela como “um autor, homem, que escreve com muito sentimento”. “E aí? Eu conheço vários escritores que não têm uma literatura de machão. Isso é literatura feminina ou masculina? E a literatura masculina que sente? A gente está em 2014! Precisamos questionar isso”, exclamou.
Serviço:
Lançamento de "Lavanda", livro de Mariana Paiva
Local: Casa de Castro Alves (Santo Antonio Além do Carmo)
Data: 29 de março (sábado)
Horário: 16h
Editora: Kalango
Preço: R$ 15/128 páginas.
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