Quase dois anos após o incêndio que provocou a morte de 242 pessoas em janeiro de 2013, começa a operação de limpeza do interior do prédio da boate Kiss, em Santa Maria (RS). Técnicos, contratados pela empresa proprietária do imóvel, começaram a recolher fuligem e destroços que podem conter resíduos tóxicos gerados pelo fogo nesta terça-feira (2). No ano passado, uma análise de resíduos feita pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador apontou a presença de, pelo menos, 17 substâncias químicas nocivas à saúde. Durante a limpeza, a fachada da boate e o telhado serão revestidos com lonas para evitar a disseminação da poeira tóxica e dar segurança aos funcionários. A rua em frente à casa noturna permanecerá interditada enquanto durar o trabalho, que pode se estender por mais de uma semana. Na manhã desta terça-feira, começou a montagem da estrutura de proteção no local. A empresa dona do imóvel, a Eccon Empreendimentos, não pertence aos donos da boate, que alugavam o prédio, mas a Justiça gaúcha a obrigou a realizar o procedimento de limpeza devido ao risco ambiental. A Eccon afirma que vai levar os resíduos a um local que não cause danos ao meio ambiente e dará a destinação adequada. O custo total da operação é estimado em R$ 100 mil. A empresa pretende buscar o ressarcimento das despesas junto aos réus que respondem pelas mortes na Justiça. O futuro do local onde ocorreu a tragédia é incerto. Familiares das vítimas defendem a desapropriação para a construção de um memorial aos mortos. Já a empresa proprietária afirma que, por enquanto, o imóvel está sob responsabilidade da Justiça. (Globo)
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