Na iminência de ser executado, o brasileiro Rodrigo Gularte, preso na Indonésia desde 2004 ao tentar entrar no país com 6 quilos de cocaína dentro de pranchas de surfe, tem poucos momentos de lucidez e não quer deixar a prisão para ir a um hospital, a fim de obter um laudo que pode livrá-lo do corredor da morte. A família, que afirma que o curitibano sofre de esquizofrenia, tenta sua internação em um hospital psiquiátrico. Mas Gularte, com medo, tem receio de que qualquer deslocamento seja para levá-lo para a morte, e não para um médico. Autoridades da Indonésia, segundo o jornal The Jakarta Post, confirmaram o nome de Gularte na lista dos presos que serão executados em fevereiro. A data ainda não está marcada. Não cabem mais recursos na Justiça. Na semana passada, o presidente da Indonésia, Joko Widodo, rejeitou o pedido de clemência feito pelo governo brasileiro. "Ele está desorientado, com muito medo. Afinal, são dez anos no corredor da morte. Ele não quer sair para fazer os exames médicos", contou ao GLOBO o advogado Cleverson Teixeira, amigo da família e que conhece Rodrigo desde a infância. A prima Angelita Muxfeldt, que ainda está na Indonésia, relatou que corre contra o tempo para conseguir esta avaliação médica. "A Angelita relata dificuldade, morosidade neste processo.
Ela foi junto com o advogado para tentar conseguir um médico que faça esta avaliação, para reafirmar o que um primeiro laudo, feito por um médico indonésio, já apontou. Enquanto isso, o Rodrigo segue muito abalado, não fala coisas reais e idealiza situações também não reais. Em agosto, quando a mãe dele esteve na prisão, ele já falava coisas que não condiziam com a realidade", conta o advogado. O Ministério das Relações Exteriores informou ao GLOBO, por intermédio de sua assessoria, que a embaixada do Brasil em Jacarta não recebeu comunicação oficial sobre a execução de Gularte.
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