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sábado, 4 de abril de 2015

Epidemia na Chapada Diamantina faz cemitério ser erguido em montanha

04   de  Abril  de  2015   postado  por  jrnewsbahia: 
Nos bons tempos dos garimpos, dinheiro sobrava no bolso dos barões do diamante e sobrava tanto que eles deixaram registros para as futuras gerações da vida abastarda que levaram na Chapada. Alguns contrataram arquitetos do exterior para projetar seus túmulos no cemitério. Globo Repórter: A história deste cemitério começa com uma epidemia. Como é que foi esta história? 
Nélia Paixão, arquiteta: Por volta de 1855, houve uma epidemia de cólera em Mucugê! E morreram muitas pessoas. Por causa de um decreto, o Brasil era um império não poderia mais enterrar pessoas nas igrejas, como era comum e aí eles escolheram um espaço para construir este cemitério. Embaixo da montanha e de frente para a cidade. Com a proibição do sepultamento nas igrejas, os túmulos foram erguidos com muito capricho, como pequenas imitações dos templos católicos. Ao logo dos anos o cemitério foi preservado como uma obra de arte das mais importantes. É um dos patrimônios histórico da Chapada. Atração turística de Mucugé. Globo Repórter: Aqui ninguém foi enterrado a sete palmos?
Nélia Paixão: Não, não, pode, é rocha. Rocha sobre rocha. Não tem como. Labirinto embaixo da terra leva equipe do Globo Repórter até um belo cartão postal. Está na natureza o patrimônio mais valioso da Chapada. Descemos um despenhadeiro cercado de rochas. Fomos conhecer um misterioso labirinto embaixo da terra. Na escuridão é parecido ter cuidado para não cair do precipício. A caverna é pequena – das menores da Chapada. Em compensação tem um poço que chega a ser chocante de tão bonito que é. O poço tem o encantamento de uma caverna inundada, mas durante cinco meses do ano, o sol produz na água o cenário de um belo cartão postal. “Ver este azul, saber que não é da água e que quando a incidência da luz chega aqui. Deixa a gente pequeno! Deixa a gente emocionado”, diz a psicóloga Carolina Couto. O povo da região costuma dizer que esse é o Caribe da Chapada, claro que é uma brincadeira, mas pelo menos, na cor e na transparência da água, parece o caribe mesmo. Miguel, que é guia, também é um dos responsáveis por cuidar da caverna. Aos turistas ele explica como ocorre o fenômeno e avisa: ninguém onde entrar no poço. É só para a alegria dos olhos a paisagem encantada. Vinte quilômetros adiante, em outra caverna, o banho é permitido: o poço azul. O povo da região costuma dizer que ele é o Caribe da Chapada. “Nós somos do Recife é a minha trigésima terceira vez que estou aqui. É como se fosse a primeira vez”, conta o professor Denis Andrade. Há milhares de anos, quando a Chapada era o paraíso da fauna pré-histórica, o poço azul muitas vezes foi uma fonte para os animais que buscavam água para matar a sede. Em 2005, 45 esqueletos de animais pré-históricos foram retirados daquelas águas por uma equipe de paleontólogos e mergulhadores, o maior deles estava a 21 metros de profundidade, era o esqueleto de uma preguiça gigante. Quantas histórias guardadas. Quantos segredos escondidos. Da energia ainda há muito o que se descobrir e sentir. Da beleza, admiração. Um pedaço do Brasil difícil de esquecer. (G1)

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