Diversas pesquisas mostram que aprender um instrumento musical na infância traz muitos benefícios, que se refletem até a vida adulta. Um grupo de pesquisadores da NorthwesternUniversity, dos Estados Unidos, concluiu que o aprendizado da música estimula a plasticidade do cérebro, ou seja, a capacidade de mudar e se adaptar ao longo da vida. Já dados da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos (coletados depois de analisar tomografias de 232 crianças entre 6 e 18 anos) mostram que estudar música melhora as funções executivas do cérebro, responsáveis por habilidades como memória, controle da atenção, organização e planejamento do futuro. Os especialistas constataram que o treinamento musical aumenta a espessura de uma área do cérebro chamada córtex, responsável também pelo controle das emoções. Em resumo: é preciso ter foco e disciplina para aprender a ler partituras e marcar o tempo. Mas a partir de quando oferecer essa poderosa ferramenta para a criança? De acordo com a musicoterapeuta e coordenadora pedagógica do Projeto Musicando, que integra o Centro de Musicoterapia Benenzon Brasil, o estímulo deve acontecer na gestação. “Já é possível despertar e incentivar o gosto pela música na barriga da mãe”, diz. Aos quatro meses, a criança tem condições de segurar uma maraca. Aos poucos, ela percebe que, tal e qual um chocalho, produz um som ao ser balançada. Por volta de um ano, entra a fase de musicalização: “a criança descobre e apreende a música de forma lúdica e natural, brincando com ritmos, melodias, harmonias e cirandas, explorando e criando com o corpo, a voz, o espaço e os instrumentos musicais”, explica Luisiana. Triângulo, pandeiro, claves, reco-reco e flauta pedagógica entram em cena. Embora não seja possível generalizar, crianças que já tenham passado por um processo de musicalização conseguem estudar um instrumento musical específico em torno dos 5 ou 6 anos. “O piano e o teclado são muito interessantes porque permitem trabalhar melodia, harmonia e ritmo”, diz a musicoterapeuta. Esse momento, normalmente, coincide com o processo de alfabetização. Já o violão e a guitarra são mais indicados por volta dos 6 ou 7 anos, por uma questão anatômica: embora haja modelos infantis, a criança pode sentir dores nas mãos ou se frustrar por não conseguir tirar um som tão limpo. A bateria também pode ser ensinada para crianças de 6 anos. O importante é oferecer a oportunidade de conhecer, testar qual gosta mais e se divertir aprendendo.
Como estimular a iniciação musical no dia-a-dia
- Coloque diferentes tipos de ritmos, músicas instrumentais ou cantadas em diversas línguas;
- Faça brincadeiras com sons usando objetos da casa. Panelas, baldes e colheres de pau funcionam muito bem. Vale ainda colocar grãos em uma garrafa PET, bater talheres de metal...
- Ouçam música juntos sempre que possível. No carro, a caminho da escola, antes de dormir ou no banho, por exemplo. Acompanhe também a programação cultural de sua cidade. Vale até ir a uma pracinha com coreto;
- Estimule as crianças a ouvir e a identificar os sons da natureza, desde os passarinhos até o barulho das folhas ao vento. Isso fortalece a concentração e favorece a construção da memória musical; (MSN)
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