O advogado Josmeyr Oliveira, representante das famílias do piloto Marcos Martins e do copiloto Geraldo Magela, mortos no acidente aéreo que também vitimou o candidato à presidência Eduardo Campos, há quase um ano, em Santos (SP), preparou e encaminhou uma notificação extrajudicial à Textron, holding da fabricante de aeronaves Cessna. O documento também foi enviado à FAA (Federal Aviation Administration), órgão norte-americano similar à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no Brasil. Além de relembrar brevemente o acidente, que ocorreu no dia 13 de agosto de 2014, o texto informa que um relatório foi elaborado com a ajuda de especialistas contratados e que “existem pareceres técnicos relevantes de que o sistema de sensores para a ação dos flaps da aeronave que caiu não era adequado para evitar acidentes”. A notificação resume a mesma tese encaminhada em carta pela viúva de Martins, Flávia Martins, ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e para a Anac. A família dos pilotos alega que as aeronaves da família Cessna 560 Citation EXCEL (XL, XLS, XLS +) apresentam uma falha de previsão no projeto - mais precisamente nos estabilizadores horizontais - e que essa seria a causa do descontrole e da queda da aeronave.Essa nova notificação extrajudicial que, segundo Josmeyr Oliveira, chegou à mão das empresas no dia 25 de julho, pede esclarecimentos sobre os reparos e serviços técnicos feitos pela Cessna na aeronave que caiu e também sobre a concepção do projeto. O advogado também pede informações sobre a falha técnica na gravação de áudio que acabou não registrando os últimos minutos antes do acidente, além de uma resposta sobre o sistema de sensores já apontado na carta da esposa da Marcos Martins.
Uma ação judicial nos Estados Unidos deverá ser aberta em breve contra a fabricante das aeronaves, segundo o advogado, que está estudando qual escritório norte-americano deverá ajudar no processo das famílias dos pilotos.
Por nota, a Cessna diz que “trabalha junto às autoridades governamentais de aviação responsáveis por investigações relacionadas a acidentes e não comenta investigações em andamento”. Até a noite desta quarta-feira, Oliveira disse que não havia recebido uma resposta da empresa e do órgão norte-americano. A queda da aeronave prefixo PR-AFA em Santos, São Paulo, matou sete pessoas. Além do candidato à presidência Eduardo Campos, os pilotos Marcos Martins e o copiloto Geraldo Magela, os fotógrafos Alexandre Severo e Macelo Lyra, jornalista Carlos Percol e o assessor Pedro Valadares também morreram.
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