Em seu final de mandato, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiu cumprir uma de suas principais promessas de campanha: a de agir para conter as mudanças climáticas. Só neste ano ele já anunciou uma meta de redução de gases de efeito estufa (e protocolou na ONU, algo que o Brasil ainda não o fez) e fez acordos com China e Brasil na área de energias renováveis. Também contribuiu para colocar o tema em discussão em debates e até mesmo fez piada com políticos que negam o aquecimento global. Nesta segunda-feira (3), Obama anunciou novas metas para controlar as emissões das usinas de carvão. Pode parecer pouco perto do que ele já prometeu, mas o carvão é a principal fonte de poluição americana. O Brasil, por exemplo, quando enfrentou sua principal fonte de emissões (o desmatamento da Amazônia), conseguiu uma redução de invejar outros países. Se der certo, o plano de Obama pode ser o maior legado de sua política ambiental. O plano define em 32% até 2030 a meta de redução de emissão de usinas a carvão e petróleo nos Estados Unidos. Essa meta é nacional, e cada Estado americano terá sua própria meta. Ficará a cargo dos Estados definir a estratégia para atingir esse objetivo - pode ser substituindo carvão por gás, investir em renováveis, usar equipamentos mais eficientes, entre outras medidas. Além disso, Obama cria uma espécie de "mercado de carbono" entre os Estados. Aquele que reduzir mais poderá vender para aqueles que não conseguirem cumprir a meta. A ideia é fazer com que as empresas que atuem em um Estado sejam obrigadas a reduzir a emissão para não ficar com produtos mais caros que concorrentes em Estados que estão cumprindo a meta. O plano, como de costume, deverá enfrentar resistência. Segundo o jornal The New York Times, pelo menos uma dúzia de Estados deve entrar na Justiça contra as medidas, e um senador Republicano, Mitch McConnell, do Kentucky, sugeriu iniciar uma campanha de desobediência civil contra a redução de emissões. Em um discurso forte feito na Casa Branca, o presidente americano tentou contornar essas críticas. Ele citou presidentes Republicanos que aprovaram leis contra a poluição - como Richard Nixon e George H. W. Bush - e disse que as críticas são apenas "desculpas para não agir, que não fazem sentido sequer do ponto de vista econômico". Os anúncios de Obama colocam os Estados Unidos em uma posição de destaque para a Conferência do Clima, em Paris, no final do ano - quando os países negociarão um novo acordo contra as mudanças climáticas. Porém, apesar de ousados no ambiente político dos EUA, as reduções apresentadas dificilmente serão o suficiente para evitar um aquecimento de mais de 2ºC na média de temperatura global - o considerado "seguro" pela ONU. Até o momento, a média de temperatura já aumentou 0,8ºC por conta do aquecimento global.
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
8/03/2015 04:38:00 PM
Sem Comentarios
Obama promete reduzir poluição de usinas de carvão
03 de Agosto de 2015 postado por jrnewsbahia:
0 comentários:
Postar um comentário