por Estela Marques / Bruno Luiz

Foto: André Carvalho / Ag Haack / Bahia Notícias /JRNEWS
A prefeitura de Salvador vai criar um projeto de
revitalização de blocos afro e afoxés para o Carnaval deste ano. De
acordo com a secretária municipal de Reparação, Ivete Sacramento, o
objetivo da iniciativa é resgatar as tradições de matriz africana na
folia momesca. “Precisamos trazer de volta essas tradições carnavalescas
do nosso Carnaval, porque elas estão morrendo”, lamentou em entrevista
ao Bahia Notícias. A reivindicação por maiores investimentos é feita
pelos próprios blocos, que já desfilam há mais de 40 anos levando o
batuque dos tambores, o colorido das fantasias, a dança e alegria
contagiantes para as ruas da capital baiano. Reconduzida ao cargo como
indicação do próprio prefeito ACM Neto, Ivete, empossada no último
domingo (1º), afirmou também que a prioridade de sua nova gestão é
cuidar das comunidades quilombolas de capital baiana e reforçar
ferramentas de combate ao racismo e LGBTfobia. “Vamos aumentar a
quantidade de projetos e continuarmos os programas que deram certo, que
são o de combate ao racismo institucional, único do Brasil que é
considerado um programa de gestão estratégica. O prefeito nos reafirmou
que a Secretaria de Reparação é uma secretaria estratégica no governo
dele. Como ele mesmo disse, numa Roma negra, é inadmissível que ainda
tenhamos racismo. Por conta disso, é programa estratégico dele combater o
racismo, a discriminação LGBT e fazer uma cidade livre de preconceitos e
discriminações”, explicou a secretária, ao comemorar a diminuição nas
ocorrências de racismo explícito em Salvador. “É muito difícil fazer
isso [combate ao racismo], quando temos séculos de racismo. Mas nós
estamos conseguindo, haja vista os índices que diminuíram de ocorrências
de racismo explícito em Salvador”, ponderou. Ivete ainda relembrou a
importância da educação no combate às discriminações. “Precisamos fazer
um trabalho também sobre a discriminação no âmbito da educação. Somente
educando o povo você elimina a discriminação e a ignorância que são o
racismo e a homofobia”, assertou. Ivete foi a primeira reitora negra a
dirigir uma universidade no Brasil, a Universidade do Estado da Bahia
(Uneb), e a pioneira ao implantar cotas para negros na instituição de
Ensino Superior.
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