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quarta-feira, 29 de março de 2017

Fies terá revisão total, após custo chegar a R$ 32,2 bilhões

Quarta, 29 de Março de 2017 - 11h10.

Com custo alto para os cofres públicos e inadimplência crescente - que bateu 53% em janeiro -, o Programa de Financiamento Estudantil (Fies) será completamente revisto pelo governo. Apenas em 2016 o custo global do Fies para o Tesouro Nacional chegou a R$ 32,2 bilhões, de acordo com informações obtidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. O diagnóstico do rombo causado pelos benefícios não quitados deve ser divulgado na próxima semana pelo Ministério da Educação (MEC). Novas regras de acesso e pagamento das mensalidades estão prometidas para primeira quinzena de abril. A conta total inclui o funding (obtenção de recursos) das mensalidades pagas às universidades privadas, os subsídios que barateiam o preço repassado aos estudantes e as taxas pagas aos bancos que operacionalizam o programa. Pelo Fies, os estudantes do ensino superior têm cursos bancados pelo governo e começam a devolver o dinheiro emprestado, em prestações, um ano em meio após o fim do curso de graduação. Mas a conta não tem fechado porque mais da metade dos alunos formados está inadimplente. Como o fundo garantidor com recursos das instituições de ensino só cobre até 10% dos calotes, os débitos restantes oneram ainda mais o orçamento federal. Possíveis mudanças no programa já assustam estudantes. Eles alegam que, mesmo com o financiamento, a faculdade ainda custa caro, pois é necessário comprar livros e outros itens exigidos pelo cursos. "Se eu perder o financiamento vou acabar trancando o curso", diz a encarregada de obras Vanessa Mendes da Silva, de 28 anos, aluna do 8.º semestre de Arquitetura e Urbanismo na Uninove. "Paguei só o primeiro ano e, quando vi que poderia atrasar as mensalidades, recorri ao financiamento", conta. Mesmo com o Fies, para bancar o curso Renan Soares, de 19 anos, faz estágio em marketing digital em uma agência de publicidade. Ele é aluno do 3.º semestre de Publicidade. "Eu não trancaria o curso (com mudanças), mas seria um aperto".

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