Foto: Candeias Mix
O deputado estadual Marcell Moraes (PV) criticou o fato de o governo estadual ter enviado novamente à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), “na calada da noite”, o projeto de lei que estabelece as Diretrizes Industriais, Logísticas e de Sustentabilidade do Centro Industrial de Aratu e do Canal de Cotegipe. A proposta havia sido encaminhada pelo Executivo em 2014 e acirrou os ânimos entre deputados, governo, e comunidades tradicionais da Baía de Todos os Santos, o que acabou levando o governo a retirá-la de pauta no fim do mesmo ano. No texto enviado naquela ocasião, a área da Praia, que fica dentro do Porto de Aratu, era tratada como Zona de Interesse Ambiental e Recreativo (Ziar), “de importância ambiental, de recreação e balneário da comunidade local e para o turismo náutico da região”. Na proposta trazida de volta este ano, não há menção ao local, o que, segundo Marcell, demonstra que o governo quer permitir a ampliação do Porto de Aratu para atender aos interesses de empresas como a Braskem, que tem interesse de instalar na área um Terminal de Produtos Químicos. “Os deputados já estão sabendo desse famoso golpe que o governo do estado quer dar no povo baiano. O governo do estado tenta colocar um projeto para destruir ainda mais a nossa Baía de Todos os Santos”, atacou. Segundo o deputado, a petroquímica está “chantageando” o governo. “A Braskem é uma empresa poderosa, que, sem dúvidas, está chantageando o governo para aumento do porto, dizendo que, se não for assim, ela sai da Baía de Todos os Santos. E eu acho que nós, deputados, devemos brigar por isso. É uma briga que deve ser suprapartidária, e a sociedade deve entrar na luta contra isso”, defendeu, ao afirmar também que deputados da base governista se colocam contra o projeto. De acordo com o verde, o impacto na Prainha com uma possível ampliação do Porto de Aratu seria “total”. “Se isso for aprovado, vai acabar com a praia. Vamos perder também uma ótima vista. Marisqueiras e pescadores já reclamam da Braskem há muitos anos. A biodiversidade marinha vai sumir dali. A Prainha é uma praia que tem um terço do Porto da Barra. Aumentar esse porto é colocar ele para passar em cima da areia, proibir banhistas que frequentem o local”, criticou.
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