Foto: Divulgação
Um episódio de intolerância religiosa foi denunciado por uma professora de direito civil e do consumidor da Universidade Católica de Salvador (Ucsal). Claudia Vianna afirmou que irá ajuizar uma ação de reparação de danos junto ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA). A professora relata que, ao ser paraninfa da turma de direito do campus de Pituaçu durante uma formatura que ocorreu no último dia 17, flagrou três episódios de intolerância religiosa por parte dos administradores do espaço Moriah Hall, localizado no campus da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC). Ela relata que teria entregado uma imagem da Nossa Senhora para uma funcionária da 3° Grau e pediu que, assim que a homenagem às mães, que ela era responsável, fosse iniciada, a imagem fosse entregue a ela. “Eu entreguei a imagem para a funcionária da empresa e pedi que, quando começasse [a homenagem], eles me entregassem a imagem. Eu ia homenagear uma das mães que iria representar todas elas. Enquanto eu estava entregando os diplomas, fui chamada e a empresa afirmou que eles não poderiam me entregar a imagem, porque a entrega de qualquer imagem era proibida naquele local”, conta. A professora, então, segurou a imagem e a entregou para a homenageada. “Se eles não podiam entregar a imagem, eu podia”, afirmou. Outro episódio de intolerância religiosa foi flagrado ainda no discurso da professora. Ao encerrar seu discurso, ela anunciou que iria ler uma prece de autoria de Chico Xavier, religioso do espiritismo. “Quando eu disse que iria encerrar lendo a prece, eles desligaram o meu microfone para que as pessoas não conseguissem me ouvir. Eles estavam impedindo a minha liberdade de expressão e religiosa”, protestou. Cláudia Vianna conta que uma aluna também foi impedida de entrar na formatura ao som de uma canção que cultua a religião do candomblé pelo mesmo motivo. Procurados, a empresa organizadora da formatura, 3° grau, afirmou que os donos do espaço não permitem que imagens e símbolos de outras religiões sejam utilizados durante o evento. “Todos os materiais têm que ser aprovados por eles. Desde as músicas até o clipe da formatura”, afirmou. Perguntada sobre se essas normas são formalizadas em um contrato, a empresa afirmou que essas normas não são escritas. “Eles falam que são as normas da casa, mas não têm no contrato quais são”, explicou. Cantores como Justin Bieber, Anitta e estilos musicais como pagode baiano também seriam censurados pela casa de eventos. Procurada, a casa de eventos não respondeu a reportagem até o fechamento dessa matéria.
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