Sexta, 08 de Dezembro de 2017 - 08h06.
Um estudo publicado na última quarta-feira (6) mostrou que mulheres que usam pílulas ou dispositivos anticoncepcionais que liberam hormônios enfrentam riscos de câncer de mama. O estudo, que acompanhou 1,8 milhão de mulheres dinamarquesas por mais de uma década, derruba suposições comuns sobre os efeitos dos anticoncepcionais nas gerações mais jovens de mulheres. De acordo com a Folha de São Paulo, o novo estudo estima que o uso de anticoncepcionais contendo hormônios eleva em 13 casos por cada 100 mil mulheres a incidência de câncer de mama. Ou seja, para cada 100 mil mulheres que usam controle hormonal da concepção, há 68 casos anuais de câncer de mama, ante 55 casos entre as mulheres que não usam esse método. A pesquisa também sugere que o hormônio progestina, amplamente usado nos métodos anuais de controle da natalidade, pode elevar o risco de câncer de mama. Os especialistas apontaram para alguns benefícios dos anticoncepcionais orais, que estão associados a reduções na incidência de câncer ovariano, endometrial e possivelmente de câncer colorretal, em anos posteriores da vida das participantes.
Ainda que os anticoncepcionais orais mais antigos estivessem associados a um risco maior de câncer de mama, muitos médicos e pacientes presumiam que a nova geração de pílulas disponível no mercado oferecesse mais segurança. Mas o estudo identificou que os riscos continuam tão mais altos quanto foi constatado em pesquisas anteriores, sobre pílulas anticoncepcionais usadas no passado nos anos 80. O trabalho também constatou que o risco crescia em proporção à duração do uso de anticoncepcionais hormonais pelas mulheres, o que sugere uma relação causal. Os pesquisadores concluíram que as usuárias de anticoncepcionais hormonais registraram 20% adicionais de risco de câncer de mama, comparadas às não usuárias, ainda que o risco cresça com a idade e varie de acordo com a formulação dos anticoncepcionais usados. Ainda assim, os riscos adicionais poderiam resultar em comparativamente poucos casos adicionais de câncer de mama. (BN)
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