O presidente dos EUA, Donald Trump, fez um anúncio histórico na tarde desta terça (8). A declaração sobre a saída do acordo nuclear foi baseada nos documentos oferecidos por Israel sobre a produção de armas nucleares por Teerã. Lembrando das conhecidas ligações de Irã com grupos terroristas como o Hezbollah e sua participação na guerra da Síria, o republicano criticou a postura de seu antecessor Barack Obama, que fortaleceu um regime sanguinário no “pior acordo da história”. “O regime iraniano é o principal apoiador do terrorismo no Médio Oriente”, afirmou o presidente. “Nenhuma ação do regime [de Teerã] é mais perigosa do que a busca por seu programa nuclear”, e essa é “a pior ameaça para a sobrevivência do regime”, defendeu. “Se não fizermos nada, sabemos exatamente o que vai acontecer”, assegurou, dizendo que não há dúvidas que os iranianos vão construir e usar bombas nucleares. Deixou claro ainda que qualquer nação que apoiar o programa nuclear sofrerão sanções, num aviso claro à Rússia. O presidente enfatizou que, assim como ocorreu com a Coreia do Norte, não iria fazer “promessas vazias”, nem aceitar ameaças contra sua nação. “Se o Irã continuar com esse programa, terá mais problemas que jamais teve”, afirmou. Enviou ainda uma mensagem ao povo iraniano, dizendo que está preocupado com eles, mas os seus governantes não estão dispostos a negociar. Esta manhã, Trump já havia avisado seu homólogo francês, Emmanuel Macron, a decisão de sair do acordo nuclear com Irã. A informação veiculada pelo jornal The New York Times é que na conversa entre os líderes, foi relatado que os “EUA estão se preparando para restaurar todas as sanções suspensas com o acordo nuclear e também introduzir penalidades econômicas adicionais”.
Trump repetidas vezes classificou o acordo nuclear como “horrível”. Em janeiro, já havia indicado que não iria ratificar o acordo. O anúncio oficial da retirada dos EUA deve ser feito numa coletiva na Casa Branca esta tarde. Nos últimos dias, o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, avisou que Teerã reagirá à decisão do presidente dos Estados Unidos sobre o acordo nuclear. Durante discurso no último domingo, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse que os Estados Unidos teriam um “arrependimento histórico”, mas não ofereceu detalhes sobre o que pretende fazer. Em outras ocasiões, ele ameaçou bombardear Israel em retaliação.
O acordo: O Irã e os mediadores internacionais (China, EUA, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha) assinaram, em julho de 2015, o Plano de Ação Conjunto Global. O documento estabelece restrições ao programa nuclear iraniano. Foram levantadas sanções internacionais que injetaram bilhões na economia iraniana. Os termos do acordo proíbem que Irã enriqueça mais de 300 quilos de urânio em 3,67 por cento durante 15 anos. Trata-se da matéria-prima para bombas nucleares. Ele teria de enviar o excedente desse material para outros países, especialmente a Rússia. Desde que assumiu, Trump reclama que o acordo assinado com aval de Barack Obama restringe as atividades nucleares do Irã apenas por um período limitado. Lembra também que o tratado não impediu o desenvolvimento de mísseis balístico e que a liberação de US$ 100 bilhões [R$ 350 bilhões] dos ativos internacionais foi usada pelo Irã como “um fundo para armas, terror e opressão” no Oriente Médio. (por Jarbas Aragão - Gospel Prime)
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