
Em entrevista publicada na coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo
deste domingo, a presidente Dilma Rousseff se considerou
"indissociável" a Lula: "somos indissociáveis. Falar volta Lula e tal...
Eu acho que o Lula não vai voltar porque ele não foi. Ele não saiu. Ele
disse outro dia: 'vou morrer fazendo política'", comentou Dilma, a
respeito de campanhas para que o ex-presidente volte a concorrer ao
cargo em 2014. Sobre ser comparada ao padrinho, ela disse não ver
problema: "não me incomoda nem um pouquinho. Eu tenho uma relação com o
Lula que tá por cima de todas essas pessoas. Eu tô misturada com o
governo dele total. Temos uma relação de compreensão imediata sobre uma
porção de coisas. Ele vivia me criticando. E eu criticava ele. Quer
dizer, ele era presidente. Eu não criticava. Eu me queixava, lamentava".
Outro
assunto abordado foram as manifestações ocorridas no País nos últimos
meses. "Como as coisas aconteceram de forma muito rápida, eu acho que
todo mundo teve inicialmente uma reação emocional muito forte com a
violência (policial), principalmente com a imagem daquela jornalista da Folha (Giuliana
Vallone) com o olho furado [por uma bala de borracha]. Foi chocante. Eu
tenho neurose com olho. Já aguentei várias coisas na vida. Não sei se
aguentaria a cegueira", comentou. Questionada se iria a uma passeata, a
presidente divagou: "com 65 anos, eu não iria. Fui a muita passeata, até
os 30, 40 anos. Depois disso, você olha o mundo de outro jeito. Sabe
que manifestações são muito importantes, mas cada um dá a sua
contribuição onde é mais capaz". Dilma refutou, ainda, a ideia de que o
povo brasileiro seja "conservador" e não quis se aprofundar em questões
sobre pesquisas que apontam queda da sua popularidade: "eu presto
atenção. E sei perfeitamente que tudo o que sobe desce, e tudo o que
desce sobe", disse.
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