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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Integrante do 'Reúne' é agredido com murro no rosto na Câmara de Ilhéus

30 de Agosto de 2013

Um integrante do Movimento "Reúne Ilhéus", grupo que debate o transporte público urbano na cidade da região sul da Bahia, afirma ter sido agredido durante uma sessão plenária na quarta-feira (28), na Câmara Municipal, que sugeria a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar denúncias de irregularidades no serviço. O estudante de Engenharia Civil, Thiago Fernandes, de 20 anos, está internado no Hospital Regional da cidade e disse ter sofrido fratura no nariz, em rápida conversa com o G1 pelo telefone nesta sexta-feira (30). A situação foi registrada em vídeo e está disponível na rede social Youtube. O amigo e também membro do movimento, Danillo Oliveira, 23 anos, acompanha o rapaz na unidade de saúde e relata o que teria provocado a confusão. "Aconteceu a pressão de um pedido de tramitação da CEI. Não era para ser instalada, sugerimos apenas a instalação. O requerimento foi rejeitado e não deixaram ele ir a plenário. Em protesto, bloqueamos a saída para os vereadores que votaram em favor do veto do requerimento", afirma o estudante. Com o início do tumulto, a polícia foi acionada e tentou negociar com os estudantes. "A gente ia ficar mais 10 minutos, liberar e acampar na Câmara. Um vereador conhecido como 'Guarita' e o irmão tentaram furar [o bloqueio], passar no meio da gente, dissemos que não e ele foi para cima e deu um soco em Thiago. Foi quando a confusão foi instalada", relata.O vereador denunciado pelo movimento, Alzimário Belmonte, o "Guarita", do PP-BA, nega ter desferido o murro e comenta a situação. "A sessão não pôde continuar porque tinham vários manifestos e o presidente deu por encerrada. Quisemos ir embora e não nos deixaram, nos sitiaram lá. Aí é difícil não ter o direito de ir e vir. A polícia chegou, achei que poderia ir embora, me enganei. Avançaram em cima de mim, resgaram minha roupa e me agrediram com palavrões. Mas eu não levantei a mão a ninguém. Acredito que não se resolve nada com agressão. A vida é diálogo. Eu estava com a mão cheia de documentos", argumenta o vereador.
O Movimento Reúne afirma que o estudante prestou queixa na delegacia e realizou exame de corpo de delito no dia do ocorrido. O presidente da Câmara Municipal, vereador Joceval Nascimento, PCdoB-BA, disse que acompanhou o jovem agredido até a delegacia, mas que uma investigação foi inviabilizada porque a mídia das câmeras de segurança da Casa legislativa queimou.
No momento da confusão, a energia elétrica do local apagou. "Apagaram as luzes, foi algum irresponsável, e, quando voltou, tinha uma pessoa agredido. Na delegacia, prestou boletim de ocorrência, mas depois chegou ao entendimento de que não havia como saber quem seria o agressor, porque a mídia tinha sido queimada. Estou estudando juridicamente para ver se vamos instaurar inquérito ou não", afirmou o presidente.
Joceval Nascimento disse que pediu o arquivamento do pedido de instalação da CEI porque foi ele deve ser realizado por um grupo de vereadores. "Eu encaminhei para a Comissão de Transportes. O regimento interno diz que a instalação só pode ser feita com a assinatura de pelo menos um terço dos vereadores. Por isso, o pedido era incroguente com a normativa legal", detalha. O presidente da Câmara complementa que a solicitação pode ser feita por um grupo de vereadores.
O amigo da vítima, Danillo Oliveira, afirma que o jovem agredido está com hipoglicemia, que é a baixa concentração de glicose no sangue e, por isso, está em observação. "A gente acha que é devido ao nervoso, porque ele nunca teve isso. Começou a passar mal, a ter tontura", diz. De acordo com o presidente da Câmara, os agressores foram identificados como familiares do vereador "Guarita".(G1/Foto: Fábio Bomfim/Ilheus24h.com.br)

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