Legalizar a prostituição seria uma maneira de tornar
mais eficaz o combate ao vírus HIV e à Aids. Essa é a conclusão de uma
série de sete estudos apresentados esta semana na 20ª Conferência
Internacional sobre Aids, realizada em Melbourne (Austrália), e
publicados na última terça-feira (22) pela revista científica britânica
Lancet. A conferência começou com uma vigília em memória de seis
cientistas que deveriam participar do encontro e morreram na queda do
voo MH17, da Malaysia Airlines, na Ucrânia - e terminou, nesta
sexta-feira, com “um minuto de barulho para Gabriela”, uma homenagem a
Gabriela Leite, a prostituta brasileira falecida em 2013 que deu nome ao
Projeto de Lei 4.211/2012, do deputado federal Jean Wyllys (PSOL/RJ). O
projeto legaliza e regulamenta o trabalho sexual no Brasil. O
documentário “Um Beijo Para Gabriela”, de Laura Murray, também foi
exibido no último dia da conferência. “Com riscos elevados de HIV e de
outras infecções sexualmente transmissíveis, trabalhadores sexuais
enfrentam barreiras substanciais para acesso a serviços de prevenção,
tratamento e cuidados, em grande parte por causa de estigma,
discriminação e criminalização nas sociedades em que vivem. Essas
injustiças sociais, legais e econômicas contribuem para o alto risco de
essas pessoas contraírem HIV”, escreveram os editores da Lancet na
introdução da série, que foi coordenada por Chris Beyrer, da Escola de
Saúde Pública Johns Hopkins.Bloomberg, de Nova York. Durante a
conferência, Breyer foi anunciado como o novo presidente da Sociedade
Internacional da Aids. Falando durante a conferência de Melbourne, os
editores da Lancet Pamela Das e Richard Horton disseram que “onde o
trabalho sexual é legalizado, como em Amsterdã, o foco da atividade
policial está em reduzir a violência, proteger trabalhadoras sexuais e
apoiar programas efetivos de combate ao HIV. Tal resposta iluminada
reduz o risco e a vulnerabilidade dos trabalhadores sexuais ao HIV e
deveria ser seguida em outros lugares. Esta série conclama os governos a
descriminalizarem o trabalho sexual. Não há alternativa, se queremos
reduzir o ambiente de risco enfrentado por mulheres, homens e pessoas
transgênero em todo o mundo”. Steffanie Strathdee abordou o tema
“Desfazendo mitos sobre trabalhadores sexuais e HIV”. Os seis mitos
descritos são “o de que todos os trabalhadores sexuais são mulheres”, o
de que “todos os trabalhadores sexuais são solteiros”, o de que “a
maioria dos trabalhadores sexuais não quer crianças e tenta evitar a
gravidez”, o de que “todos os trabalhadores sexuais foram traficados ou
coagidos”, o de que “trabalhadores sexuais não usam e não usarão
preservativos com clientes” e o de que “o trabalho sexual é ilegal e,
portanto, programas não têm como ser implementados”. Segundo ela, “num
estudo entre prostitutas de rua de Moscou, mais de 80% eram mães, das
quais mais de 95% relataram que vendiam sexo para sustentar seus
filhos”. Sobre a questão do tráfico de pessoas, o estudo nota que “a
maioria dos trabalhadores sexuais não é traficada”. “A maior parte do
tráfico humano é para exploração em trabalho.
sábado, 26 de julho de 2014
7/26/2014 04:17:00 AM
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Conferência mundial da Aids recomenda legalizar a prostituição
26 de julho de 2014 Postador por jrnewsbahia:
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