Foto: Divulgação
Executivos da empresa OAS que se tornaram delatores afirmaram que a empreiteira usava como laranjas empresas prestadoras de serviço para disfarçar doações em campanhas eleitorais.
Segundo as delações, a construtora teria orientado fornecedoras de suas obras a fazer doações oficiais nas campanhas de 2010 e 2014, época em que a prática ainda era permitida. A empreiteira compensava esses valores com contratos superfaturados em suas construções.
A prática, apelidada de "caixa três", fazia com que a empresa não tivesse o nome associado a determinados candidatos e ficava livre para ultrapassar limites de repasses impostos pela lei eleitoral vigente naquelas eleições.
Os delatores informaram ainda que os laranjas da OAS eram empresas de engenharia menores que atuavam em suas obras em áreas como terraplenagem e instalações hidráulicas.
Os depoimentos não trazem detalhes dos políticos beneficiários dessa prática. Mas conforme apurado pela Folha de S. Paulo, nas prestações de contas informadas à Justiça Eleitoral de 2010 até 2014, cerca de 13 das firmas mencionadas somaram repasses oficiais de R$ 5 milhões para 40 candidatos e pelo menos três direções partidárias.
Entre os candidatos beneficiados por essas doações estão o atual ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), que recebeu doação de R$ 50 mil da empresa Arcoenge em 2010, o hoje prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), e os ex-governadores Sérgio Cabral (MDB) e Tarso Genro (PT).
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